PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRER NÃO PEREÇA MAIS TENHA A VIDA ETERNA...
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sábado, 6 de novembro de 2010

Qual o meu objetivo de vida????

O sofrimento nos ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência e à dissolução, e que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência; do mundo externo, que pode voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos relacionamentos com os outros homens. O sofrimento que provém dessa última fonte talvez nos seja mais penoso do que qualquer outro - Sigmund Freud, (1927-1931).



Saídos como de um conto sinistro e mórbido do escritor norte americano Edgar Allan Poe (1809-1849), os elementos do acidente com a passarela da Rodovia Raposo Tavares integram o que de mais fantástico e misterioso poderíamos conceber quando o assunto é a vida como ela é, só para lembrar o escritor carioca, Nelson Rodrigues.

Poe levou para os seus textos, assuntos recorrentes de sua excêntrica literatura como a morte, sinais físicos dela, efeitos de decomposição, a reanimação dos mortos e o luto, assim como a tapocrifação, ou o funeral de pessoas vivas como método de tortura e execução de desafetos.

Na vida real, temos três homens, três vidas, três personagens que por um fio invisível, mas poderoso e sólido, se não na vida, porém, na morte faria ligar seus destinos e histórias dramaticamente. Na terça-feira, Dia de Finados, um dia antes do sinistro, por certo choraram seus mortos, numa reafirmação de sua afeição àqueles que lhes foram caros. Porém, o que eles não sabiam é que esse “Dia” não terminaria às 24 horas, como todos os anos ocorria, se não, que se prolongaria até às 5:40h da manhã do dia seguinte.

O motorista do caminhão basculante Anilto Renato da Silva, 45 anos, dirigia uma carreta da marca Volvo placa DBL 5336 de Indaiatuba, no sentido interior - São Paulo passou com a caçamba erguida vindo a colidir com a passarela de pedestre “Olga Dolores da Silva”. Com o violento impacto 45 toneladas de concreto vieram abaixo. O autônomo Vladimir de Almeida Pires, 49 anos, que dirigia em sentido contrário, uma Kombi placa CLK 3209 e morava em Brigadeiro Tobias foi esmagado quando a gigantesca viga cortou cirurgicamente a cabine do seu veículo onde estava. O metalúrgico desempregado Antonio da Silva, 63 anos, residente na Vila João Romão transitava de bicicleta na passarela quando ia recolher material reciclável e despencou de um vão de aproximadamente 7 metros.

O que faziam estes homens neste mesmo local, nesta mesma hora? O que podemos deduzir é que havia neles um único propósito: o de honrar os compromissos firmados com suas famílias. Levar para os seus lares o sustento que a todos dá segurança, prazer e felicidade. O pão nosso de cada dia.

Há nessa história elementos difíceis de compreender. Circunstâncias que desafiam nosso conhecimento e imaginação. Nossas filosofias e nossas crenças falham nesse momento, quando aspectos triviais do dia a dia, se transformaram em elementos catastróficos e destrutivos de nossas vidas. Não dá para levianamente tirar conclusões apressadas. Não dá para deduzir injunções espirituais de um deus determinista ou do acaso impessoal para justificar tão grande tragédia que veio macular o destino das famílias envolvidas.

Nisso reside a insignificância do ser humano. A sua incapacidade de prever situações de risco e atentatória à sua integridade física. A sua incapacidade para eliminar de seu destino a síndrome da contingência, que o expõe todos os dias, todas as horas e todos os segundos à possibilidade de desaparecer. A angustiosa finitude marca nossa vida para sempre como um gado tem a marca do seu dono.

Isso me faz lembrar uma música dos Titãs, Epitáfio, composição do Sérgio Brito, que diz: Devia ter amado mais/ Ter chorado mais/ Ter visto o sol nascer/ Devia ter arriscado mais/ E até errado mais/ Ter feito o que eu queria fazer.../ Queria ter aceitado/As pessoas como elas são/ Cada um sabe a alegria/ E a dor que traz no coração...// (...) // Devia ter complicado menos/ Trabalhado menos/ Ter visto o sol se pôr/ Devia ter me importado menos/ Com problemas pequenos/ Ter morrido de amor.../ Queria ter aceitado/A vida como ela é/ A cada um cabe alegrias/ E a tristeza que vier...

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