PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRER NÃO PEREÇA MAIS TENHA A VIDA ETERNA...
CRER TAMBÉM É PENSAR !!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA E CIDADANIA - Por Rev. Manoel Peres Sobrinho

PINTURA EXPOSTA NO MUSEU DO IPIRANGA-SP
QUE RETRATA O MOMENTO DO GRITO
DE INDEPENDÊNCIA DO BRASI
L

      A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não se acovardam, mas resistem, mas se esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo – Rui Barbosa.
     Em que pesem as circunstâncias sociais, econômicas, políticas e históricas deixadas por D. João VI e sua Corte após o abandono do Brasil, deixando o tesouro exaurido e a situação social precária, surge a figura de D. Pedro como aquele que assumia, por dever  e consciência, como o paladino da liberdade e da honra; já, por seus atos, evocando em seus seguidores a idéia de que uma terra sem sonhos somente será um país sem futuro!
     Passados quase dois séculos, o brado de D. Pedro ecoa ainda hoje como um alerta e vocação históricas: Independência ou Morte!
     Esta semana, o país, banhado de verde e amarelo, tem a oportunidade de rever suas posturas atuais iluminado pelo clarão meridiano da História. Não podemos deixar que outros decidam por nós. Em vez de amaldiçoar as trevas vamos acender uma luz. Cabe a cada brasileiro o dever patriótico de começar um inventário político, social, moral e histórico por suas próprias atitudes diante das oportunidades que seus papéis sociais lhes oferecem e impõem.
     Vivemos sob a égide da síndrome da autodivinização. Criamos uma sociedade fruto de nossa estrábica visão da realidade, procurando sorver todas as possibilidades egoísticas e individualistas com um mínimo de comprometimento moral ou social. Daí estarmos alicerçados em premissas profundamnente situacionistas, onde o que vale é o que ganho com isso (?), e não o que produz um resultado social. Aplicamos o distributivismo nas perdas e individualismo cupídico nos ganhos. Criamos uma sociedade embasada na furia avassaladora do neocapitalismo vigente que com uma ética darwiniana promete e premia com tudo àqueles que sobrevivem. Por isso, palavras como miserícordia, sofrimento, resultado a longo prazo e espera paciente não têem vez. Somos educados a vencer a qualquer custo, tendo o outro e a alteridade humana como uma ameaça iminente ao nosso êxito e sucesso. Se se prega a socialização dos bens, na verdade, é uma ideologia insuflada, na verdade, para manter o status quo vigente, fazendo permanecer ad infinitum as distinções sociais, e mais, perpetuar a classe dominante onde está. Como se tudo isso fosse muito natural. Mas as coisas não acontecem por acaso. Quando um pai transgride  uma lei de trânsito conscientemente, diante de seu filho, avançando o sinal vermelho, estacionando em locais proibidos, colocando o carro em cima da calçada ou estacionando em locais privativos, como vaga para idosos e deficientes por pura preguiça, comodismo ou insensatez, ensina-lhe a ser também um transgressor em potencial, passando-lhe a idéia de que pra eles não há lei. Coitada da professora e dos policiais que tentam passar algo diferente. Quando um patrão descumpre as leis de trabalho, pagando pouco exigindo muito por causa da enorme contingência de mão de obra, cria a oportunidade para que seu empregado lhe sirva de forma desonesta, roubando matéria prima, como acontecia na Votorantim onde pessoas furtavam tecido ou peças das máquinas. A miséria para aqueles que nada têm e o fausto para aqueles que pensam que tudo podem são um motor prodigioso para a prática marginal. Um pela necessidade premente; o outro porque pensa estar acima do bem e do mal. Quando um político não cumpre fielmente sua platafoprma de governo, ensina aos seus eleitores o descompromisso e o conluio interesseiros, migrando para outros quando este não lhes for mais conveniente. Quando um policial exorbita em seu poder delegado e investido pelo Estado, deixa a oportunidde aberta para mais violência e corrupção. Etc..
     Independência e cidadania são uma fina tela humana em que vamos construindo a partir de nossas pequenas atitudes no tecido social ao qual pertencemos.
     Independência, autonomia, liberdade são atibutos de quem aprendeu a viver por conta própria naquilo que lhe foi atribuído com a consciência de que na vida temos nossos inalienáveis direitos; mas de igual modo, também nossos intranferíveis deveres. E, se estes não forem cumpridos, aqueles deixarão de existir. Instaurando-se o caos social, onde todos sairemos perdendo. Por conquência a cidadania não é a cupidez de alguém que segue obediente e cegamente as leis do Estado numa monumental atitude heterônoma, mas que reconhece em si a oportunidade de participar da construção do seu pais, livre e cosncientemente.
     A Semana da Pátria é mais que um evento cívico em nosso calendário. É, na verdade, a oportunidade para revermos e retomarmos nosso caminho  e vocação históricas de liderança na América do Sul, cabendo somente  a cada um cumprir fiel e honestamente e o seu papel. 

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